sábado, 13 de junho de 2009

Por caminhos estreitos

Em tupi-guarani, pirambu significa peixe roncador. No português de Fortaleza, já foi sinônimo de insulto. Pirambu é o nome da maior favela de Fortaleza. No imaginário da classe média, os 300 mil habitantes da favela estão condenados à marginalidade. Em vez de repelir, o estigma atraiu Airton Barreto que lá chegou em 1983. Recém-formado em Direito, queria viver nas mesmas condições da maioria das pessoas que buscavam assistência jurídica no Centro de Defesa e Promoção dos Direitos Humanos da Arquidiocese de Fortaleza, onde trabalhava. Daí desenvolveu um profundo compromisso junto a pessoas que não tem os direitos mais básicos garantidos, entre diversas outras práticas que passam pela espiritualidade, também formando advogados populares, democratizando o acesso à justiça, encontrando soluções pioneiras no combate as causas da miséria. Em 25 anos de militância, Airton viveu histórias de doença, violência, fome, desemprego, desprezo e muito amor e nunca termina de gastar sua energia e as horas dos seus dias. Continua do olho do furacão da miséria, expandindo seu trabalho para outras comunidades da região. Hoje lidera um movimento internacional e ficou mundialmente conhecido como "o advogado da favela".

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